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domingo, 24 de dezembro de 2017

Uma breve opinião sobre um dos assuntos mais comentados da semana na aviação: "Boeing com intenções de comprar a Embraer".

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  É interessante esse assunto repercutir nesse momento em que o país atravessa, a economia começou a dar seus primeiros suspiros de um possível ressurgimento das cinzas. Mas a pergunta que fazemos é: será mesmo que é apenas uma compra? -Como alguém que visa "devorar" o concorrente ou estamos falando mesmo sobre uma parceria que pode trazer lucros e eventuais benefícios para ambas as partes, tanto para brasileiros como para americanos?. Essa pergunta veio a tona, acredito que se trata da segunda opção, quando olhamos para o atual mercado da aviação, nos deparamos com uma perspectiva excelente para as famosas indústrias aeronáuticas, vamos falar em específico das quatro maiores, Airbus (Europeia), Boeing (Americana), Embraer (Brasileira) e Bombardier (Canadense), essas grandes empresas vem competindo por um mercado um pouco distinto e se formos separar quem realmente concorre com quem, vemos que Airbus compete com Boeing no segmento aeronáutico principalmente quando falamos de aeronaves widebody, Embraer com Bombardier quando o assunto são aeronaves regionais de até 120 passageiros e segmento executivo, mas então porque a Boeing está interessada na compra da Embraer ou parte dela quando sua principal concorrente é a Airbus? -Essa resposta é simples e vem de alguns meses atrás quando a Airbus comprou o projeto CSeries da Bombardier, a partir dessa compra, a Embraer não competia mais diretamente com a canadense e agora ganhava mais uma na briga, a Europeia dona de clássicos como a família A320, A330, A350,entre outros. Essa competição é um pouco injusta com o "patrimônio nacional" sendo ela a maior fabricante e vendedora de aeronaves para até 120 passageiros e é nesse cenário que surge a Boeing, a intenção dela é nada mais nada menos que concorrer diretamente com Airbus/Bombardier e ter ao seu lado a terceira maior fabricante do mundo e ter em seu portfólio sucessos como os E-jets, Legacy, entre outras aeronaves da Embraer que fazem tanto sucesso pelo mundo. Mas aposto que você continua se perguntando, como ficam os brasileiros, os milhares de empregos que a Embraer gera e vamos perder realmente um dos nossos principais patrimônios nacionais? -Diante dessa pergunta, devemos lembrar que a Embraer possui fábricas nos EUA e na Ásia onde também geram empregos e são importantes no cenário que se encontram, vejo essa possível "compra" muito mais como uma parceria de sucesso e que pode aumentar os lucros de ambas, como também vejo um possível crescimento da Embraer no segmento mundial, novas fábricas, interação de novas tecnologias e novos produtos. Seria muito difícil a Embraer concorrer sozinha com a Airbus e Bombardier, vejo com bons olhos essa parceria entre Boeing e Embraer e espero que traga muitos benefícios para ambas. Nesse momento a expressão que cabe a nós é "keep calm", vamos esperar os próximos passos e desfechos dessa novela que se iniciou e que é possível que se encerre logo, pois a Boeing não quer perder mais tempo e nem dinheiro para a Airbus.

Pedro Fonseca.